sábado, 4 de julho de 2009

Aqui jaz o esporte amador

Ainda num misto de abobalhado com surpreso pela morte de Michael Jackson e fugindo de todo sensacionalismo habitual instaurado pelo fato achei nas ondas do rádio uma entrevista que me consternou bem mais. Na conversa era falada a morte do complexo esportivo Júlio Delamare, anexo ao estádio do Maracanã.

Ouvindo aquele disparate todo fui imaginando uma lápide e seus escritos que seriam postos no lugar.No início a mesma frase que dá título a esse texto e em seguida as suas grandes realizações e seus grandes momentos, sua serventia na popularização de certos esportes com os jogos de pólo aquático e os Meetings de natação e atletismo, sem contar o importante papel social disponibilizando acesso aos seus eventos e ao desporto à pessoas pobres ou carentes e entretendo os da melhor idade com o recente e excelente projeto Suderj em forma, para finalizar o epitáfio.

Saber que tudo isso será devastado para dar lugar a um estacionamento, sob a promessa de ressurreição sabe-se lá onde, sabe-se lá quando é lastimável. Aumenta a decepção lembrar de uma construção enorme caindo aos pedaços, que dizem se tratar de um museu do índio, hoje sem qualquer acervo, vizinha do local, que daria um ótimo e também enorme edifício garagem, ou melhor ainda, uma nova escola de educação física e de áreas afins da UERJ ( Universidade do Estado do Rio de Janeiro) muito bem situada e lembar do também quase abandonado e imenso quintal da Quinta da Boa Vista que desempenharia muitíssimo bem a função de um amplo estacionamento vinculado a um sistema de micro-ônibus para uma travessia áté o Maracanã e nem serem cogitadas tais hipóteses.

Prefiro crer que isso foi pensado e que por conveniências inconvenientes não se tornou projeto, pelo menos ter sido pensado já é um alento.

Me perdoem os fãs mais fervorozos do astro, mas decidi lembrar dele somente quando ouvir em festas ou boates suas boas e dançantes músicas e improvisar um Moon Walker ou quando vir um dos seus clipes com as suas coreografias sempre inovadoras, deixar quem não viveu descansar em paz e seguir em frente.Pois a morte de um complexo esportivo dessa magnitude e o pouco provável renascimento com tamanha pujança me doem mais.

Who´s Bad?!

Memento mori et Carpe diem!

Um comentário:

Vinicius Sombra disse...

Antes do Pan essa hipótese de destruir o estádio de atletismo Célio de Barros e o parque aquático Júlio Delamare para construir um estacionamento já haviam sido cogitadas, pois, com a construção do Engenhão e do parque aquático Maria Lenk, ambos mais modernos que os primeiramente citados, não haveria mais necessidade de mantê-los.
Ora, isso me parece de uma estupidez colossal, principalmente para uma cidade que se diz querer sediar uma olimpíadas e estimular os jovens a praticar mais esportes, principalmente vendo a localização e a facilidade de acesso destes próximos ao Maracanã, que é um dos bairros mais bem servidos de transporte que conheço, podendo ser acessado por trem, metrô, ônibus, carro... Bem diferente do Maria Lenk, que até hoje aguarda um verdadeiro transporte de massa para a Barra da Tijuca, de forma a evitar os grandes engarrafamentos de lá, e do Engenhão, que desde a sua criação sofre com problemas de infra-estrutura nos arredores, carentes de vias largas, onde um evento não atrapalhe o trânsito, e carente também de estacionamentos.