sábado, 31 de maio de 2008

Fluência dialética

É cada vez mais recorrente o floreio das comunicações empresariais.Vem um e te pede para startar, ao invés de começar, outro te pede para layoutiar, ao invés de dar forma, em seguida pedem para brainstormar, ao invés de rascunhar idéias e antes de terminar o expediente não te deixam esquecer de logofar, ao invés de encerrar o sistema. Imagino o quão complexo deve ser conjugar alguns desses verbos, eu satarto, tu startas, ele starta..., eu logofarei, tu logofarás, ele logofará...a "mutação" é tamanha e chega até a assombrar os mais explicadinhos.Um dia desses um colega de trabalho me chamou e se disse extremamente preocupado por não ter a fluência nesses estrangeirismos, adornos e circunlóquios gramaticais, falou-me que tinha muito medo de ter sua imagem obinubilada, ao invés de prejudicada, perante os membros do alto escalão, ao invés da diretoria, por procrastinar, ao invés de adiar, algumas decisões.Outro que passava e havia escutado tudo imediatamente o aconselhou a mudar sua postura de modo a não se tornar periférico aos olhos da chefia, ao invés de despercebido, sob pena de ser considerado um indivíduo canhestro, ao invés de estranho, ou ainda defenestrado, ao invés de demitido, é mole?!

Memento mori et Carpe diem!